Lemos a novela “O Visconde partido
ao meio” do Italo Calvino no nosso primeiro encontro desse semestre em “A Hora
da Novela”. A história do visconde
Medardo di Terralba é narrada pelo seu sobrinho, com muitas passagens
fantásticas, o que torna a leitura muito divertida. O visconde tem o seu corpo
partido ao meio por uma bala de canhão. Na parte direita ficaram os sentimentos
mesquinhos, as atitudes que essa metade tem com os parentes e camponeses são de
pura maldade, todos o veem como um tirano e por isso passam a temê-lo. Na outra
metade, que abriga o coração, ficaram os sentimentos altruístas como o do amor
ao próximo. Mas as atitudes tanto da metade malvada quanto da metade bondosa incomodam
os camponeses, sendo ambas odiadas. Os camponeses acham insuportáveis tanto as
atitudes de extrema maldade como as de extrema bondade. O escritor aborda nesta
fábula a luta do bem e do mal que o homem trava em seu interior, fazendo o
leitor refletir na mensagem de moral que está subentendida no drama passado
pelo visconde. De que para o homem conviver em harmonia com os outros o bem e o
mal do seu interior tem que está em equilíbrio. Conforme ficou evidente no visconde depois de
unir as metades: “Assim, meu tio Medardo voltou a ser um homem inteiro, nem mau
nem bom, uma mistura de maldade e bondade, isto é, aparentemente igual ao que
era antes de se partir ao meio”. (Calvino, p. 94).
Bibliografia:
CALVINO, Italo. O visconde partido
ao meio. 6ªreimpressão
São Paulo: Companhia das Letras,
2011.
Texto: Doralice Alencar
(Letras/Português/Literatura- Licenciatura , 6º semestre)
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