quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Diário Literário (25/08/16)


Lemos a novela “O Visconde partido ao meio” do Italo Calvino no nosso primeiro encontro desse semestre em “A Hora da Novela”.  A história do visconde Medardo di Terralba é narrada pelo seu sobrinho, com muitas passagens fantásticas, o que torna a leitura muito divertida. O visconde tem o seu corpo partido ao meio por uma bala de canhão. Na parte direita ficaram os sentimentos mesquinhos, as atitudes que essa metade tem com os parentes e camponeses são de pura maldade, todos o veem como um tirano e por isso passam a temê-lo. Na outra metade, que abriga o coração, ficaram os sentimentos altruístas como o do amor ao próximo. Mas as atitudes tanto da metade malvada quanto da metade bondosa incomodam os camponeses, sendo ambas odiadas. Os camponeses acham insuportáveis tanto as atitudes de extrema maldade como as de extrema bondade. O escritor aborda nesta fábula a luta do bem e do mal que o homem trava em seu interior, fazendo o leitor refletir na mensagem de moral que está subentendida no drama passado pelo visconde. De que para o homem conviver em harmonia com os outros o bem e o mal do seu interior tem que está em equilíbrio.  Conforme ficou evidente no visconde depois de unir as metades: “Assim, meu tio Medardo voltou a ser um homem inteiro, nem mau nem bom, uma mistura de maldade e bondade, isto é, aparentemente igual ao que era antes de se partir ao meio”. (Calvino, p. 94).

Bibliografia:
CALVINO, Italo. O visconde partido ao meio. 6ªreimpressão
São Paulo: Companhia das Letras, 2011.


Texto: Doralice Alencar (Letras/Português/LiteraturaLicenciatura , 6º semestre)

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