segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Sobre Scliar.




Essa semana iremos falar sobre um dos escritores brasileiros mais profícuos da história desse país.
Moacyr Jaime Scliar nasceu em Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, no dia 23 de março de 1937. Filho de José e Sara Scliar, foi alfabetizado pela mãe, que era professora primária.
A partir de 1943, cursa a Escola de Educação e Cultura, conhecida como Colégio Iídiche. Em 1948, transfere-se para o Colégio Rosário. Começa a cursar medicina em 1955, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Especializou-se na área de saúde pública, tornando-se médico sanitarista e ocupando os cargos de chefe da equipe de Educação em Saúde da Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul e diretor do Departamento de Saúde Pública.
Na década de 1970, cursou pós-graduação em medicina, em Israel, e também se tornou doutor em Ciências pela Escola Nacional de Saúde Pública. Ainda na área médica, atuou como professor do curso de medicina da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
O dia a dia de estudante de medicina inspirou a Scliar o seu primeiro livro, "Histórias de um médico em formação", publicado em 1962. Foi o começo de uma brilhante carreira como ficcionista, durante a qual publicou mais de setenta livros, divididos entre romances, coletâneas de contos e crônicas, literatura infantojuvenil e ensaios. Seu romance "O centauro no jardim", publicado em 1980, faz parte da lista dos 100 melhores livros de temática judaica dos últimos 200 anos, organizada pelo National Yiddish Book Center (EUA).
Scliar conquistou diversos prêmios literários, como, por exemplo: três prêmios Jabuti (nas categorias “romance” e “contos, crônicas e novelas”); o Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte, em 1989, na categoria “literatura”; e o Casa de las Americas, em 1989, na categoria “conto”. Seus livros foram traduzidos em inúmeros países, como Inglaterra, Rússia, República Tcheca, Eslováquia, Suécia, Noruega, França, Alemanha, Estados Unidos, Holanda, Espanha, entre outros.
Em 1993 e 1997, foi professor visitante na Brown University e na Universidade do Texas, ambas nos EUA.
Depois de sofrer, em janeiro de 2011, um acidente vascular cerebral isquêmico (AVC), Moacyr Scliar faleceu no dia 27 de fevereiro. Segundo seu editor, Luiz Schwarcz, Scliar “tinha um olhar único, com ele criava um mundo fantástico no qual o humano estava sempre a serviço da literatura”.

  
A novela Max e os felinos está disponível pelo clube na edição da L&M Pocket. Essa obra é famosa por ter sofrido plágio em um obra canadense chamada Life of Pi(2001) de Yann Martel, que virou um filme homônimo dirigido por Ang Lee em 2012. Para os curiosos em comparações, fica abaixo o trailer do filme. Até quinta-feira!

 

Texto da biografia foi retirado do site:

Moacyr Scliar. Disponível: <http://educacao.uol.com.br/biografias/moacyr-scliar.htm>. Data de acesso 31/10/2016.

domingo, 30 de outubro de 2016

Diário Literário (20/10/2016)




A leitura discutida no dia 20 de outubro foi “A ilha desconhecida”, novela do premiado escritor português José Saramago. De minha parte não houve identificação com o título, apenas senti uma grande curiosidade por quem o havia escrito. Conheci a escrita de Saramago e o conteúdo da novela apenas durante a leitura, não sabia absolutamente nada do enredo. O texto exprimiu mais do que eu imaginava que fosse possível já que conta com tão poucas páginas, minhas expectativas eram medianas.

Inicialmente, as questões levantadas pelas personagens mais constantes na obra acabaram por propor reflexões críticas que trouxeram consigo o peso do funcionalismo burocrático vivido pela sociedade. A obra retrata a dificuldade, a falta de eficácia e da boa vontade da classe dominante representada pelo rei. Foi difícil não se ater à burocracia instaurada no enredo já que ela me pareceu uma forma de contenção da população. O rei buscava dissimular a realização das necessidades individuais do povo, quando na realidade havia apenas uma complicação excessiva refletindo a má vontade do governante, infelizmente esta atitude causou certa familiaridade com os dias vividos.

No entanto, o texto é mais do que isso, se atem ao desconhecido e a necessidade de ir em busca do novo. O desconhecido é tido como parte de um mecanismo que motiva a procura ou até mesmo uma das ferramentas da busca.

Além disso, em um trecho da novela há uma crítica à religião, pois em um momento o protagonista não consegue defender o seu ponto de vista para outras pessoas descrentes de seu objetivo porque não há comprovação de algo que nunca foi visto ou conhecido.

Ler uma obra de Saramago foi como descobrir um novo mundo de possibilidades através da escrita literária, me perguntei como era possível dizer tanto em tão poucas páginas, como era feita tal síntese e como era utilizado a seu favor tantas figuras de linguagem e imagens que remetem a um discurso tão batido como o materialismo e o consumismo percebidos através de comentários feitos pelo protagonista.

Texto: Elda Leandro de Oliveira (7º Semestre – Letras/Português - Bacharelado).



domingo, 16 de outubro de 2016

Diário Literário (13/10/16)




A obra em questão e que foi discutida e deliciada por nós, leitores do clube, foi escrita por Carlos Fuentes, cujo país de origem (México) sempre me cativou. Conheci-o mais a fundo por meio de Aura e uma conexão e certa proximidade foi estabelecida após ler a novela.
Repleto de simbologia, a literatura fantástica do autor foi uma surpresa feliz, daquelas que não nos deixa parar e que lemos numa sentada só. Ao início, não se sabe bem o que o autor propõe, mas, aos poucos, ao adentrar na história e entrar em contato com os fatores sui generis da obra, conseguimos captar a energia de Fuentes e seus intentos.
No encontro, debatemos sobre a relação de Felipe, Aura e a senhora Consuelo, o simbolismo de cores, animais e espaços que os rodeiam e as várias possibilidades de interpretação manifestadas. Digna de horas de debate, a obra, mesmo tão breve, pôde proporcionar uma experiência encantadora e que se fixará não brevemente, mas de maneira alongada em nós. Carlos Fuentes veio, firmou-se e tornou o Hora da Novela mais afortunado.


                             Texto: Tatielly Pinho (Letras/Português - Bacharelado, 7º semestre)

Sobre Saramago.

Essa semana iremos conhecer o único escritor em língua portuguesa a possui o prêmio Nobel de Literatura, o querido José Saramago.

Saramago nasceuem Azinhaga de Ribatejo, no concelho de Golegã, Portugal, no dia 16 de novembro de 1922. Filho de camponeses com dois anos de idade mudou-se com a família para Lisboa. Estudou em escola técnica onde concluiu o curso de serralheiro mecânico. Trabalhou como serralheiro, foi funcionário público na área da saúde e da Previdência Social. Autodidata, adquiriu grande cultura na literatura, filosofia e história. Estreou na literatura com o romance “Terra do Pecado” (1947). Foi diretor literário de uma editora, jornalista e tradutor. Colaborou com vários jornais e revistas, entre eles, o Diário de Lisboa, A Capital e a Seara Nova, onde exerceu a função de cronista.
Sua trajetória literária passou por várias fases, a primeira, foi marcada pela poesia, com "Os Poemas Possíveis" (1966) e “Provavelmente Alegria” (1970), e pela crônica “Deste Mundo e do Outro” (1971). A partir do final dos anos 70 dedicou-se ao teatro, entre elas, “A Noite” (1979), peça que tem como cenário uma redação de um jornal na noite de 24 para 25 de abril de 1974, que recebeu o Prêmio da Associação de Críticos Portugueses. Saramago publicou dois volumes de contos “Objeto Quase” (1978) e “Poética dos Cinco Sentidos” (1979).
Como romancista o autor se consagrou ao receber o Prêmio Cidade de Lisboa com “Levantando do Chão” (1980), que se tornou best-seller internacional. Com a obra “O Ano da Morte de Ricardo Reis” (1984), recebeu o Prêmio do Pen Clube Português, o Prêmio da Crítica, o Prêmio Dom Diniz e o Prêmio do Jornal The Independent.
José Saramago pertenceu à primeira Direção da Associação Portuguesa de Escritores. Foi presidente da Assembleia Geral da Sociedade Portuguesa de Autores, entre 1985 e 1994. O escritor publicou um título no campo da literatura infanto-juvenil, “A Maior Flor do Mundo” (2001), livro escrito em parceria com o ilustrador João Caetano, que recebeu o Prêmio Nacional de Ilustração.
José Saramago recebeu outros prêmios e condecorações, entre eles, “Comendador da Ordem Militar de Santiago de Espada” (1985), “Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras Francesas” (1991), “Prêmio Camões” (1995), “Prêmio Nobel de Literatura” (1998), “Doutor Honoris Causa” (1999), pela Universidade de Nottinghan, na Inglaterra, “Doutor Honoris Causa” (2004), pela Universidade de Coimbra, entre outros. Ele faleceu em Tias, Espanha, no dia 18 de junho de 2010. (Aos interessados fica aqui o link para uma autobiografia do autor disponível no site oficial de José Saramago: http://www.josesaramago.org/autobiografia-de-jose-saramago/)

José Saramago foi conhecido por utilizar um estilo oral, coevo dos contos de tradição oral populares em que a vivacidade da comunicação é mais importante do que a correcção ortográfica de uma linguagem escrita. Todas as características de uma linguagem oral, predominantemente usada na oratória, na dialéctica, na retórica e que servem sobremaneira o seu estilo interventivo e persuasivo estão presentes. Assim, utiliza frases e períodos compridos, usando a pontuação de uma maneira não convencional; os diálogos das personagens são inseridos nos próprios parágrafos que os antecedem, de forma que não existem travessões nos seus livros. Este tipo de marcação das falas propicia uma forte sensação de fluxo de consciência, a ponto do leitor chegar a confundir-se se um certo diálogo foi real ou apenas um pensamento. Muitas das suas frases (i.e. orações) ocupam mais de uma página, usando vírgulas onde a maioria dos escritores usaria pontos finais. Da mesma forma, muitos dos seus parágrafos ocupariam capítulos inteiros de outros autores.

O conto da ilha desconhecida foi disponibilizada pelo clube na edição da Cia das Letras. Um fato curioso é que esta pequena obra foi publicada no mesmo ano em que Saramago foi homenageado com prêmio Nobel de Literatura. Aos interessados fica abaixo uma discussão sobre esta obra no programa Direito e Literatura. Até quinta-feira!


 
 


Referências:


José Saramago. Disponível: <https://www.ebiografia.com/jos_saramago/>. Data de acesso 16/10/2016.
José Saramago. Disponível: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Saramago#cite_note-Dossi.C3.AA-8>. Data de acesso 16/10/2016.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Diário Literário (22/09/2016)


Meu primeiro contato com a escrita de Raduan Nassar foi por meio de Lavoura Arcaica. Agora, por incentivo do Hora da Novela, reencontrei-a. A escrita de Um Copo de Cólera nasce não se sabe de onde. Ela é a corporificação da cólera, da paixão, tanto tem de macia e veluda como tem de áspera e violenta. O Esporro, como foi concordado por todos(as) presentes no último encontro, é um capítulo que só tem efeito se lido de um gole só. Resultaram-se desse dia questionamentos sobre o fato de os personagens não serem nomeados, talvez como uma maneira de universalizá-los; sobre as representações do homem e da mulher, a relação passional e de dominação entre os dois; sobre o empirismo e o racionalismo nas ciências humanas, o pensamento tradicional e o moderno acerca das questões da época. Enfim, em apenas um copo coube uma enxurrada de temas e questões. Um Copo de Cólera é leitura oficialmente recomendada pelo Hora da Novela.

Texto: Robson Nogueira (Letras/Português Licenciatura 8º semestre)

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Sobre Fuentes.


Nessa semana iremos conhecer o mexicano Carlos Fuentes, participante importante do movimento mais forte que os latino-americanos importaram para o mundo!

Carlos Fuentes (1928-2012) foi um escritor mexicano, considerado um dos maiores romancistas em língua espanhola, na América Latina. Foi, ao lado de Mário Vargas Llosa, Gabriel Garcia Marquez e Octávio Paz, um expoente do boom literário latino-americano da década de 60. Fuentes nasceu na cidade do Panamá, no Panamá, no dia 11 de novembro de 1928, na época em que seu pai servia como diplomata mexicano no país. Passou a infância em diversos países, entre eles Argentina, Brasil, Chile, Uruguai e Estados Unidos. Aos 16 anos foi para o México, onde iniciou seu trabalho como jornalista. Formou-se em Direito, pela Universidade Nacional Autônoma do México e em Economia pelo Instituto de Altos Estudos Internacionais de Genebra, na Suíça. Em 1954 publicou seu primeiro livro “Los Dias Enmascarados”, uma coleção de contos, que foi bem aceito pela crítica. Em 1958 publicou a novela “A Região Mais Transparente”. Nos anos 60, Fuentes viveu em Paris, Veneza e Londres. Lecionou em Harvard, Cambridge, Priceton e outras universidades de renome internacional. Entre os anos de 1972 e 1976, foi embaixador do México na França. Sua obra ficcional, composta de 22 romances e nove coletâneas de contos, constitui um vasto panorama da história mexicana. Foi por muito tempo um crítico dos desmandos do Partido Revolucionário Institucional do México. Notabilizou-se pelo estilo do realismo fantástico, característica frequente em autores latino-americanos. A obra "Gringo Velho" (1985) foi adaptada para o cinema. Ele recebeu o Prêmio Nacional de Literatura, o mais importante do gênero em seu país, recebeu o Prêmio Miguel de Cervantes, em 1987, o Prêmio Príncipe de Astúrias, na Espanha, a Medalha Picasso, da UNESCO, e o título de Doutor Honoris Causa, pela Universidade das Ilhas Baleares, Espanha, pela qualidade e extensão de sua obra. Faleceu na cidade do México, México, no dia 15 de maio de 2012.


A novela Aura foi disponibilizada pelo clube na edição da L&M Pocket. Esta obra foi a quarta publicação de Carlos Fuentes, sua leitura nos presenteia com o que têm de melhor de sua escrita, Aproveitem! Até quinta(06/10)!

Para entrar no clima da obra abaixo o trailer do filme que transborda realismo fantástico do também mexicano Guilherme Del Toro: A Colina Escarlate.



Texto biográfico retirado do site:<https://www.ebiografia.com/carlos_fuentes/>