Olá, pessoal! Tudo bem?
Chamo-me José Mailson,
sou estudante de Letras – Inglês pela UECE e administro um blog voltado para
literatura e cultura em geral, chamado Cooltural,
há mais de seis anos. Desde que comecei a ler e comentar sobre literatura,
alguns nomes chegavam a mim (seja por pesquisa ou indicação) e, de certa forma,
isso acabava me provocando uma curiosidade e, dependendo do autor, me assustando
um pouco, fazendo com que houvesse uma procrastinação nessas leituras. Dentre
os mais me assustavam/ assustam estão Victor Hugo, Fiódor Dostoiévski, Liev
Tolstói e o responsável por esse texto, Franz Kafka.
Meu primeiro contato
com esse último se deu por conta do Clube
de Leitura “Hora da Novela” através da obra A Metamorfose. Tentei iniciar a leitura sem muitas expectativas,
para não prejudicar minhas reflexões sobre a obra, mas quando o assunto é Kafka
isso acaba sendo bem difícil. Mas, apesar das expectativas, tive grandes surpresas
tanto com o conteúdo, quanto com minhas sensações. Acreditem, apesar das suas
85 páginas de história (mais 10 de posfácio), o autor consegue provocar uma
quantidade enorme de interpretações e sensações, sendo a mais forte delas a
“claustrofobia”. Refiro-me à claustrofobia porque a novela toda acontece dentro
de uma única casa, revezando apenas com dois espaços menores: o quarto do
protagonista e seu próprio corpo/mente.
Como o próprio título
já sugere, assim como a primeira frase, o leitor presenciará uma metamorfose.
Claro que o autor usa um personagem para representar isso, mas passei a leitura
inteira me questionando sobre quem realmente estava sendo metamorfoseado. De
acordo com minhas interpretações, o personagem Gregor Samsa vem para provocar
sérias transformações tanto na sua família (que por sinal é completamente
dependente dele) quanto no leitor. Eu, em particular, considero que Kafka
provocou uma transformação na minha forma de pensar as relações familiares e na
forma como nos doamos para as outras pessoas, sem nos preocuparmos com nosso
próprio bem estar. Veio-me à mente também uma relação direta com a metamorfose
que os sujeitos sofrem por conta da submissão ao sistema capitalista – onde só
temos “valor com base no que produzimos”.
Apesar dessas reflexões
bem densas, Kafka consegue narrar tudo de forma bem simples. Como mencionado no
início, eu tinha medo da escrita dele, mas foi uma surpresa perceber um texto
simples e acessível, além de muito bem escrito. Li em menos de uma hora, apesar
das suas interferências aparecerem até hoje. Quando penso se gostei de A Metamorfose, ainda fico na dúvida
quanto à resposta, mas sem dúvida a experiência de leitura foi uma das mais
significativas e que não serão esquecidas tão cedo. Se é que um dia será. Sem
dúvida o incluirei novamente na minha lista de leituras, pois quanto mais se lê
A Metamorfose mais coisas nós vamos
percebendo. Como li/ouvi em algum lugar que não me recordo agora: “Este é um livro que não acaba quanto
termina!”.
Espero que tenham
gostado das minhas impressões e, se desejarem, compartilhem as suas também.
Agora, fico no aguardo da leitura de Notas
do Subsolo, para superar mais um dos meus medos. Abraços!
Texto: José Mailson (Letras/Inglês - Licenciatura, 2º semestre)
Gostei muito,está muito bem escrito.
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