quarta-feira, 6 de julho de 2016

Diário Literário (22/06/16)

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No último encontro do a “Hora da Novela”, 22.06, nos deparamos com a imensidão de um anônimo do subterrâneo em Notas do Subsolo, de Fiódor Dostoiévski. Essa novela, dividida em duas partes: O subsolo e A propósito da neve molhada, carregada de críticas morais, sociais e psicológicas sobre o homem do século XIX, se mostra, a princípio, um tanto contraditória e arrebatadora por ter um personagem principal que através dos seus desabafos faz com que nos deparemos com os nossos próprios defeitos que vêm à tona num emaranhado de questionamentos em que ele destila amargura e escárnio.  “Sim, um homem inteligente do século dezenove precisa está moralmente obrigado a ser uma criatura eminentemente sem caráter; e em uma pessoa de caráter, de ação, deve ser sobretudo limitada” (Dostoiévski, p.17).

A segunda parte é marcada pelas memórias do homem do subsolo. Memórias estas lembradas de forma negativa, tanto que ele diz que sente vergonha por tê-las escrito. “De fato, contar (...) sobre como eu fiz fracassar minha vida por meio do apodrecimento moral a um canto, da insuficiência do ambiente, desacostumando-me de tudo o que é vivo por meio de um enraivecido rancor no subsolo, ...” (Dostoiévski, p. 145). E ainda por meio de questionamentos sobre o que todos queremos, sobre as extravagâncias que desejamos, esse homem finda sua escrita sobre o subsolo, mas as memórias, essas continuaram.

Bibliografia:

DOSTOIÉVSKI, Fiódor. Memórias do Subsolo. Ed. 34, São Paulo – 2009.




Texto: Lorena Balbino (Letras/Francês - Licenciatura, 8º semestre)

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