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No último encontro do a “Hora da Novela”, 22.06, nos
deparamos com a imensidão de um anônimo do subterrâneo em Notas do Subsolo, de Fiódor Dostoiévski. Essa novela, dividida em
duas partes: O subsolo e A propósito da neve molhada, carregada de críticas morais,
sociais e psicológicas sobre o homem do século XIX, se mostra, a princípio, um tanto
contraditória e arrebatadora por ter um personagem principal que através dos
seus desabafos faz com que nos deparemos com os nossos próprios defeitos que
vêm à tona num emaranhado de questionamentos em que ele destila amargura e
escárnio. “Sim, um homem inteligente do
século dezenove precisa está moralmente obrigado a ser uma criatura
eminentemente sem caráter; e em uma pessoa de caráter, de ação, deve ser
sobretudo limitada” (Dostoiévski, p.17).
A segunda parte é marcada pelas memórias do homem do subsolo.
Memórias estas lembradas de forma negativa, tanto que ele diz que sente
vergonha por tê-las escrito. “De fato, contar (...) sobre como eu fiz fracassar
minha vida por meio do apodrecimento moral a um canto, da insuficiência do
ambiente, desacostumando-me de tudo o que é vivo por meio de um enraivecido
rancor no subsolo, ...” (Dostoiévski, p. 145). E ainda por meio de
questionamentos sobre o que todos queremos, sobre as extravagâncias que
desejamos, esse homem finda sua escrita sobre o subsolo, mas as memórias, essas
continuaram.
Bibliografia:
DOSTOIÉVSKI, Fiódor. Memórias do Subsolo. Ed. 34, São Paulo – 2009.
Texto: Lorena Balbino (Letras/Francês - Licenciatura, 8º semestre)
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